Dança do Ventre - Etica, Respeito e Ignorâncias

O amor pela dança funciona como uma doença sem cura. Depois de adquirida o seu corpo é tomado por uma espécie de insanidade a qual tudo na vida só faz sentido se você está dancando.

Minha vida transpira dança a cada segundo, se não estou em treinamento, estudando, lecionando ou aprendendo estou dedilhando os dedos nos joelhos Doum doum takta doum taktah... tktkDoumtktkDoum. Estou assistindo a uma nova bailarina despontando no Egito e quiçá tentando entrevista-la de alguma forma para saber sua rotina, realidade, processo de criação etc...

Mas viver de arte não é fácil e muitas ezes somos obrigado a optar por um emprego mais estável  e manter a dança como um hobby. Quem optou o desafio sabe o preço de cada obstáculo e ainda as dificuldades encontradas num meio em que circulam profissionais mas muitas amadoras sem caráter. 

Dancar é também uma espécie de vacina que nos faz sobreviver à fofoca, atitudes mal intencionadas, críticas sem sentido, contratos não cumpridos, mensalidades atrasadas etc...

Quem me conhece sabe que todo o amor pela dança do ventre me fez seguir um caminho mais isolado, justamente para evitar o acúmulo de intrigas e críticas imaturas que surgem pela própria ignorância e ingenuidade em relação à dança do ventre no Brasil. 

Quem segue essa trajetória pode ver a cada segundo grandes mestras, estrelas que contruíram a dança no país  passando por críticas e sendo questionadas por detalhes que, sinceramente, envergonham. E mais, sendo criticadas por pessoas que nem sequer sabem dancar de verdade, pois se soubessem saberiam o sacrifício, a árdua rotina de uma bailarina profissional.

Deveríamos ser gratos a quem nos facilitou as informações e nos deu a oportunidade de seguir mais além. Respeito ao professor, aquele que gastou seu precioso tempo para se curvar ao ignorante e conduzi-lo para o conhecimento. Respeito aquele que enxergou o talento adormecido em um aluno e trabalhou para que essa luz brilhasse.