Como compor uma coreografia de Dança do Ventre

Antes de dar continuidade às combinações para solo de Tabla (no caso, coreografia nivel intermediário) segue aqui algumas dicas para compor qualquer coreografia:

Se você não dança em restaurantes tradicionalmente árabes, ou seja, seu público é diverso, procure selecionar músicas mais curtas ou editá-las num tempo máximo de 5 minutos. 

Eu entendo que alguns clássicos são maravilhosos e impossíveis de serem retalhados, mas pense na dinâmica da apresentação. A não ser que você trabalhe para um restaurante tradicional e os frequentadores já têm a expectativa de assistir e desfrutar 10, 20, 30 minutos ou mais de puro deleite oriental. 

Enfim, se não for essa a sua realidade, não canse seu público!

Procure composições com variações, acentos e diversidade entre solo de percussão, melodia, solo de flauta ou alaúde. Etapas rápidas, lentas, marcadas, suaves, assim você terá chance de mostrar diferentes combinações e repetir o menos possível.

Estude a sua música, é folclórica, clássica, egípcia pop, libanesa pop, turca, tribal, new age? Quem é o compositor? Quando ele compôs e para quem? Quais outras bailarinas já interpretaram e como?

Essas informações são importantíssimas e ajudarão muito no momento de decupagem rítmica, de escolha das combinações e de sua expressividade.

Ao escutá-la diversas vezes identifique quais os instrumentos se destacam mais, quais os ritmos presentes e faça uma partitura (sua com simbolos seus) dos acentos principais, conte, é 4/4, 2/4/, 7/8? 

Geralmente as composições têm uma introdução, versos que se repetem, uma resposta melódica ou rítmica e algumas paradas determinantes dão vazão a um segundo momento, geralmente um solo de flauta, alaude, piano ou mesmo de tabla....

Depois de ouvi-la diversas vezes, comece a improvisar, mesmo que seja imitando outras bailarina, aprenda a brincar e conversar com a música, sem receio de cometer uma barbaridade. Deixe acontecer, seu coração saberá conduzi-la...

Agora sim, é hora de montar as combinações. Cada bailarina tem um processo, compartilho o meu considerando que é produtivo para mim e pode não ser para outras, cada pessoa tem a sua forma de criar e é importante você descobrir a sua!

Eu geralmente estruturo primeiro os deslocamentos e risco um desenho dos caminhos percorridos ao longo da música.

Em seguida acrescento os acentos e depois as pequenas combinações.

Finalizo com braços e passos de conexão entre uma combinação e outra. 

Muitas vezes, vai aqui uma dica, eu monto o final primeiro de tudo. Penso primeiro em como irei finalizar e depois retorno para o corpo da coreografia.

isis zahara

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