Dança com Bastão - estilo egipcio ou libanês? parte 01

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    Entre tantas perguntas que recebo, uma delas me chamou a atenção para compartilhar neste post.

     Acredito que a Raks al Assaya é bem conhecida quando o assunto é danca do ventre e a todo momento fazemos uma referência ao Egito, mas nem sempre nos damos conta que o bastão está presente em outros países árabes, como o Líbano.

     Então segue aqui a pergunta: quais as diferenças ou semelhanças entre a dança de bastão libanesa e a egípcia?

    Muitas culturas do Oriente Médio tradicionalmente caminhadas, pastoreio e auto/defesautilizam bastões para  e todas elas têm como tradição a dança com bastão.


Egito



     A mais conhecidas é o Tahtib, dançada pelos homens da região de Said no Alto Egito , por ter sido coreografada por Mahmoud Reda e transformada em parte de um espetáculo de sua troupe. Mahmoud Reda criou  também coreografias para as mulheres, que originalmente dançavam sem bastão. No vídeo abaixo Suhair Zaki dança um Said sem bastão:



     A partir disso a Raks al Assaya (dança com bastão) foi incorporada por muitas dancarinas de dança do ventre que passaram a imitar e a brincar com os movimentos do Tahtib. Além de brincar com a assaya, as combinações fazem diversas referências aos passos dos cavalos, pois o povo do Alto Egito é conhecido pela criação e treinamento desses animais.




    A música tradicional Said é única, incluindo instrumentos como mizmar, rebab, tabla e outros instrumentos que utilizam os ritmos Saidi e Fallahi de base. 

    A partir dos anos 70, o ato de segurar uma bengala foi incorporado na dança baladi apenas por modismo da época (como você poderá assistir em um show de Fifi Abdou), sem utilizar necessariamente os passos do folclore e ficou conhecido por Assaya Baladi ou Assaya Cairo, resultando em muita confusão aos olhos ocidentais.


Líbano

   Também existe uma versão libanesa desta dança, que é derivada Dabkeh e em oposição ao said, fallahi ou baladi utiliza-se o ritmo nawari. Mas, como há um intenso intercâmbio entre as culturas do mundo árabe, principalmente na música e na dança, é possível observar um mix entre said e nawari, dois ritmos de 4/4 que oferecem aos músicos infinitas possibilidades.


   Um exemplo disso é a famosa canção "Shashkin" ou "Ya Ein Mouletain", tradicionalmente um ritmo Nawari, mas muitas vezes é tocado como said ou canções como "Ala Nar", que tradicionalmente é um Saidi, mas pode ser tocado como nawari...
   


   Na versão libanesa não há necessidade de dançar com o figurino folclorico como no Egito.

    Na dança libanesa a bailarina é seguida por um percussionista que joga com ela através da tabla baladi ou tavul. No Brasil, principalmente devido a comunidade sirio libanesa presente na cidade de São Paulo, é comum assistir dança com bastão  ao estilo libanês. 


    
 Segue abaixo uma apresentação do grupo de dança folclorica libanesa em San Diego 2004. As mulheres estão dançando a música Gana el Hawa de Abdel Halin Hafez. É um Said, mas a estrutura da coreografia está baseada no dabke:



 

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